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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Gripe suína:Informações sobre o vírus Influenza

Com o aumento do número de casos da gripe suína, já são 73 casos confirmados até o momento, o surto já atinge 4 países, México, EUA, Canadá e Espanha.
A Organização Mundial de Saúde já elevou o nível de alerta de pandemia para 4 para o nível máximo,de uma escala crescente que vai até 6.O vírus da gripe suína clássico foi isolado pela primeira vez num porco em 1930.
Como todos os vírus de gripe, os suínos também mudam constantemente. Os porcos podem ser infectados por vírus de gripe aviária e humana. Quando todos contaminam o mesmo porco, pode haver mistura genética e novos vírus que são uma mistura de suíno, humano e aviário podem aparecer. Os vírus são classificados de acordo com as proteínas de superfície mais significativas que são a hemaglutinina(H) e a neuraminidase(N). No momento, há quatro classes principais de Influenza do tipo A são H1N1, H1N2, H3N2 e H3N1.
Ele é diferente do H1N1 totalmente humano que circula nos últimos anos, por conter material genético dos vírus humanos, de aves e suínos, incluindo elementos de vírus suínos da Europa e da Ásia.
Esses vírus normalmente não infectam humanos,sendo transmitidos na maioria das vezes quando há contato de humanos com porcos,mas não há registro de que o mesmo tenha acontecido no atual surto.
A transmissão está sendo da mesma forma que a gripe comum: por via aérea, contato direto (por meio de espirros e tosse) com o infectado, ou indireto (através das mãos) com objetos contaminados.
De acordo com a OMS e o CDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA) os vírus não são transmitidos pela comida, ao cozinhar a carne de porco a 70 graus Célsius, eles são completamente destruídos, impedindo qualquer contaminação.
Os sintomas são parecidos aos de uma gripe comum e incluem febre acima de 38°C, falta de apetite, letargia, dor de garganta, dispnéia e tosse.
Algumas pessoas com gripe suína também apresentaram cefaléia, coriza, garganta seca, náusea, diarréia, artralgia e mialgia. O período de incubação pode ser de 3 dias a 7 dias, sendo que o período de transmissibilidade começa um dia antes dos sintomas e perdura por mais sete a dez dias.
As crianças (menores de 12 anos de idade) infectadas podem eliminar o vírus da influenza desde um dia antes até14 dias após o início dos sintomas.
Investiga-se se essa nova variante teria um maior poder de ataque aos pulmões. Entretanto, de forma geral, a doença de duração de 2 a 3 dias e a principal complicação é a pneumonia, seja viral, bacteriana ou combinando os dois componentes.
A gripe comum mata entre 250 mil e 500 mil pessoas a cada ano, principalmente entre a população mais velha. A maioria das pessoas morre de pneumonia, e a gripe pode matar por razões ainda desconhecidas. Também pode piorar infecções por bactérias.
A maioria dos mortos da gripe suína tinha entre 25 e 45 anos, mas potencialmente qualquer pessoa está sujeita a contrair a gripe suína, uma vez que o vírus já está circulando pelo território nacional, há indivíduos que se encaixam nos chamados grupos de risco e que são, portanto, mais suscetíveis a terem complicações decorrentes do contágio pelo vírus influenza A (H1N1), são eles:
- Crianças com idade inferior a 02 ou adultos com idade superior a 60 anos de idade;
- Pessoas imunodeprimidas: por exemplo, pacientes com câncer, em tratamento para aids ou em uso regular de medicação imunossupressora;
- Pessoas com doenças crônicas: por exemplo, hemoglobinopatias, diabetes mellitus; cardiopatias,
pneumopatias e doenças renais crônicas;
- Gestantes.
- Obesos mórbidos.
O diagnóstico é feito através da análise laboratorial (técnica RT-PCR) de uma amostra respiratória coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus. Entretanto, algumas pessoas, principalmente crianças, podem espalhar o vírus por dez dias ou mais.
A maioria das pessoas infectadas apresentarão sintomas brandos e terão um tratamento apenas sintomático, mas para casos específicos as drogas antivirais inibidoras da neuraminidase, zanamivir (nome comercial:Relenza) e oseltamivir (nome comercial:Tamiflu) que já foram utilizadas contra a gripe aviária, mostraram eficácia ao tratar ou ajudar na prevenção de infecção com vírus da gripe suína. Mas para que o tratamento seja eficiente o início dos agentes antivirais deverá ser dentro de 48 horas do início dos sintomas.
Algumas recomendações servem para evitar a doença:
- Cubra seu nariz e boca com um lenço quando tossir ou espirrar. Jogue no lixo o lenço após o uso.
- Lave suas mãos constantemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar. Produtos à base de álcool para limpar as mãos também são efetivos.
- Evite tocar seus olhos, nariz ou boca. Os germes se espalham deste modo.
- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
- Evitar locais com aglomeração de pessoas.

- Evite contato próximo com pessoas doentes.
- Se você ficar doente, fique em casa e limite o contato com outros, para evitar infectá-los.
As vacinas normais contra a gripe são alteradas todos os anos para incluir imunização contra novas variedades de vírus. Segundo as autoridades mexicanas, que citam a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina existente para humanos é para uma cepa anterior ao vírus, com o qual não é tão eficaz. Mas como os casos confirmados de mortes atingiram adultos, é possível que as pessoas mais vulneráveis –crianças e idosos– tenham se beneficiado por serem alvo de vacinação mais regularmente que os adultos jovens.
No Brasil duas pessoas com suspeitas de estarem infectadas foram internadas no Instituto de Infectologia Emílio Ribas em São Paulo,mas já foram descartados.O diagnóstico de um era dengue e o outro sinusite.
Aos viajantes procedentes, nos últimos 10 dias, de áreas com casos confirmados de influenza suína em humanos e que apresentem algum sintoma de gripe, devem procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima.

Atualização às 22:56
- Algumas pessoas estão utilizando serviços de mapas para demonstrar o avanço da doença.
- Até o momento o Ministério da Saúde está acompanhando o estado de saúde de 11 viajantes procedentes de áreas afetadas que apresentaram alguns sintomas clínicos. São três em Minas Gerais, dois no Rio de Janeiro, dois no Amazonas, dois no Rio Grande do Norte, um em São Paulo e um no Pará.Mas essas pessoas ainda não preenchem a definição de caso suspeito conforme os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Atualização 28/04/2009 às 13:38
- A doença, só provocou a morte em pessoas no México, mas há casos confirmados também em pacientes nos EUA (52), no Canadá (6), na Espanha (2), na Escócia (2), na Nova Zelândia (3) e em Israel (2).
- No Brasil são três casos suspeitos em Minas Gerais; dois no Rio de Janeiro; dois no Amazonas; dois no Rio Grande do Norte; um em São Paulo, um no Pará e um na Bahia.
às 15:44
- Costa Rica registra seu 1º caso.

Atualização 03/05/2009 às 01:40
- A Organização Mundial de Saúde (OMS) aumentou de 615 para 658 o número de casos confirmados de gripe suína no mundo.
- No México já foram comprovadas 16 mortes e uma morte nos EUA.
- Até agora foram identificadas pessoas infectadas com o vírus no Canadá (51), Reino Unido (15), Espanha (13), Alemanha (6), Nova Zelândia (4), Israel (2), França (1), China (1), Costa Rica (1), Dinamarca (1), Holanda (1), Coréia do Sul (1), Áustria (1) e Suíça (1).
- No Brasil já são 6 casos suspeitos em São Paulo (6), Rio de Janeiro (4), Minas Gerais (3) e Espírito Santo (1).

Atualização 07/05/2009 às 21:00
- A OMS mantém o nível 5 na escala de alerta de pandemia.
- Até agora 44 pessoas morreram - 42 no México e 2 nos EUA. No México já existem 1.112 casos confirmados em laboratório, e nos EUA, 642.
- Já foram identificadas pessoas infectadas com vírus na Áustria (1), Canadá (201), Hong Kong (1), Colômbia (1), Costa Rica (1), Dinamarca (1), El Salvador (2), França (5), Alemanha (9), Guatemala (1), Irlanda (1), Israel (4), Itália (5), Holanda (1), Nova Zelândia (5), Portugal (1), Coreia do Sul (2), Espanha (73), Suécia (1), Suíça (1) e Reino Unido (28, sendo 2 na Escócia e 26 na Inglaterra).

Atualização 07/06/2009 às 02:13
- Os casos registrados no Brasil até o momento são:São Paulo (15), Rio de Janeiro (8), Santa Catarina (5), Mato Grosso (2), Tocantins (3), Minas Gerais (1) e Rio Grande do Sul (1).

Atualização 04/07/2009
-No Brasil já são 756 casos confirmados com 1 morte no Rio Grande do Sul.

Atualização 24/07/2009
- De acordo com a OMS a pandemia da gripe H1N1 já se espalhou para cerca de 160 países, matando cerca de 800 pessoas.

Atualização 27/07/2009
- No Brasil a gripe A H1N1 já matou 20 pessoas no Estado de São Paulo, 16 no Rio Grande do Sul, cinco no Rio de Janeiro e quatro no Paraná.

Atualização 31/07/2009
- Até agora já morreram devido a gripe suína no Brasil, 37 pessoas no Estado de São Paulo, 20 no Rio Grande do Sul, nove no Rio de Janeiro e quatro no Paraná.

Atualização 09/08/2009
- No Brasil o número de casos confirmados chegou a 2.959 com 169 mortes.O estado com mais mortes é São Paulo com 69,seguido por Rio Grande do Sul (33), Paraná (31), Rio de Janeiro (19), Santa Catarina (3), Bahia (1), Pernambuco (1) e Paraíba (1).


Mais informações sobre a gripe suína

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domingo, 26 de abril de 2009

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial

Hoje, Dia 26 de Abril é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.

10 Mandamentos para Prevenção e Controle da Pressão Alta

1. Meça a pressão pelo menos uma vez por ano;
2. Pratique atividades físicas todos os dias;
3. Mantenha o peso ideal, evite a obesidade;
4. Adote alimentação saudável: pouco sal, sem frituras, verduras e legumes;
5. Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba;
6. Abandone o cigarro;
7. Nunca pare o tratamento, é para a vida toda;
8. Siga as orientações do seu médico ou profissional de saúde;
9. Evite o estresse. Tenha tempo para a família, os amigos e o lazer;
10. Ame e seja Amado.

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terça-feira, 21 de abril de 2009

Plantão Médico (ER) Brasileiro

Estreou Terça-feira passada dia 14 de Abril às 22:30hs na Band, o programa E24.

Os episódios mostram a rotina de uma emergência de alguns hospitais paulistanos.
O estilo é parecido com o programa Sala de Emergência da Discovery Channel,onde não há atores e todos os casos são reais.Estes programas são o equivalente do seriado hospitalar E.R. no mundo dos documentários. Todas as imagens são flagrantes reais do atendimento em prontos-socorros.

Este programa já foi exibido na Itália,Espanha,Chile e Argentina.
O E24 chega ao Brasil numa parceria da Band com a Cuatro Cabezas, mesma produtora do CQC.

Chamada do Programa

Assistam e deixem suas opiniões aqui no blog.


Horário: Terça-feira 22:30hs na Band
Reprise: Domingo 20:00hs

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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Vídeos de Medicina

Hoje vou dar uma dica de blog.
O Blog MedicoTube contém downloads gratuitos de vídeos de clínica cirúrgica, endoscopia e softwares relacionados com a maioria das áreas da Medicina.
Para visitá-lo é só clicar na imagem!



*Blog em inglês

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sábado, 18 de abril de 2009

Virtual Open Heart Surgery - Jogo do Cirugião II

Dica de Jogo!

O Virtual Open Heart Surgery  é um jogo você pode escolher ser um interno, cirurgião geral ou cirurgião cariovascular e realizar uma cirurgia cardíaca!
É possivel treinar vários procedimentos realizados durante uma cirurgia cardíaca aberta como, pericardiocentese.
O procedimeto é representado em 13 passos que terminam com a recuperação do paciente.
Infelizmente é em inglês e o jogo acaba rapidinho,mas vale a pena.

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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Trombose Venosa Profunda causada por Fruta

Mais um caso clínico digno de [H]ouse

Em Novembro passado uma mulher americana de 42 anos quase teve a perna amputada pelo consumo excessivo de toranja(grapefruit),um parente próximo da laranja.
Isto ocorreu em Olympia,estado de Washington,onde a mulher não identificada,deu entrada no pronto-socorro do Providence St. Peter Hospital com queixa de dispnéia,dor ao deambular e dores lombares.
Ela tinha acabado de viajar de carro por uma hora e meia e segundo os médicos que a examinaram era obesa (imobilização prolongada e obesidade - 2 fatores de risco para TVP).Relatava uma dor que iniciava na raiz da coxa esquerda e irradiava para a perna e que posteriormente evoluiu com cianose da região.
Após exames complementares específicos foi constatado um quadro de trombose venosa na perna esquerda.O problema corria o sério risco de levar a uma gangrena venosa, o que fatalmente teria obrigado os cirurgiões a fazer a amputação do membro.
Um teste genético mostrou que ela tinha uma mutação que também aumentava o risco de trombos. Mas a descoberta mais surpreendente veio do histórico da paciente. Ela havia iniciado, três dias atrás, uma dieta agressiva, que previa o consumo de 225 gramas diárias de toranja no café-da-manhã.
A toranja possui uma substância que encoraja a produção, no organismo, de etinil-estradiol, que por sua vez também propicia a formação de trombos.
Para Lucinda Grande e Raul Mendez, os médicos que acompanhavam a paciente,essa pode ter sido a gota d'água.
"Nossa paciente tinha uma constelação de potenciais fatores de risco para trombose venosa", afirmam os médicos, em seu relatório de caso, publicado na prestigiosa revista médica "The Lancet". "O estado hipercoagulador ampliado, por conta do aumento da concentração de etinil-estradiol por conta de seus três dias de toranjas para café-da-manhã pode muito bem ter perturbado o equilíbrio."

Será que depois disso tudo a mulher ainda fará a dieta das toranjas?!

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

PBL (Problem Based Learning)

O modelo pedagógico tradicional seguido pela maioria das faculdades de Medicina é baseado na organização do curso em disciplinas e dividido em ciclo básico e ciclo clínico.Neste modelo é dado ênfase na transmissão oral do conhecimento pelo professor para os alunos,através de aulas.
Entretanto um outro método de ensino tem sido aplicado em algumas escolas médicas pelo Brasil, o PBL(Problem Based Learning ).Este método ainda é desconhecido por uma parcela dos estudantes,por isso, hoje vou postar algumas considerações sobre ele.

Problem Based Learning - Dados Gerais

O que é:
O método PBL (Problem Based Learning - Aprendizado Baseado em Problemas) é uma estratégia pedagógico/didática centrada no aluno. Tem sido aplicada em algumas escolas médicas nos últimos 30 anos e trata-se de um método de eficiência comprovada por inúmeras pesquisas no campo da psicopedagogia e da avaliação de desempenho dos profissionais formados por esse método. Não se trata portanto, de método experimental.

Quem o adota:
As escolas médicas pioneiras na adoção do método são as escolas de McMaster, no Canadá e a de Maastricht, na Holanda. Na última década o método tem se difundido e outras escolas médicas o têm adotado. Nos Estados Unidos as escolas de Albuquerque, de Harvard, do Hawai, entre outras, o adotaram. O método tem sido recomendado pelas Sociedades de Escolas Médicas, e inúmeras escolas da África, da Ásia e da América Latina, sob supervisão de uma das duas pioneiras, o têm aplicado. Outras escolas da área da saúde, como enfermagem, fisioterapia, veterinária e odontologia têm adotado o método com sucesso e, mais recentemente, escolas das áreas de humanas, tais como a Faculdade de Economia da Universidade de Maastricht, e algumas escolas de engenharia dos Estados Unidos, por exemplo, demonstrando que o método não é uma particularidade do ensino da medicina, mas é aplicavel ao ensino de qualquer ramo do conhecimento.

Por que PBL?
O currículo médico tradicional, baseado na divisão de disciplinas e em ciclos básico, clínico e profissionalizante, que a maioria das escolas médicas adota, surgiu na década de 20, nos Estados Unidos, proposto pela comissão Flexner. Esta comissão fora encarregada de verificar quais escolas médicas atuantes naquele país no início do século poderiam continuar seus trabalhos. Como resultado a comissão propôs que um currículo médico deveria constar de alguns anos de aprendizado de ciências ditas básicas da medicina, tais como a anatomia, a fisiologia, a histologia, a anatomia patológica e a bioquímica, alguns anos de formação clínica e que as escolas deveriam dispor de um hospital para estágio dos alunos. Naquela época não havia o internato obrigatório, tal como o conhecemos hoje. Daquela época em diante modificações extremamente importantes ocorreram na medicina, com poucas alterações na estrutura do currículo. A modificação mais importante foi, sem dúvida, a incorporação do internato médico, primeiro de um ano, geralmente de 2 anos nas últimas duas décadas. As disciplinas pré internato ficaram comprimidas nos primeiros 4 anos do curso e continuaram aumentando seus conteúdos.
Devemos, ainda, levar em consideração o seguinte: parte do que era ensinado no curso médico, naquela época, é hoje ensinado no curso secundário; as ciências básicas aumentaram em número e em volume de conhecimentos (algumas ciências básicas daquela época eram rudimentares em relação às atuais, tais como a genética, a imunologia, a bacteriologia, a bioquímica, para citar algumas), as disciplinas clínicas se multiplicaram por inúmeras especialidades e o conhecimento aumentou em progressão geométrica e hoje assume características explosivas.
O número de publicações e os meios de divulgação de conhecimentos acompanhou este crescimento. O resultado foi uma compressão absurda de informações nos quatro primeiros anos de curso, com sobrecarga do cognitivo e pulverização do conhecimento. Dois dos principais problemas deste método hoje clássico são a falta de integração entre as disciplinas, principalmente entre as do ciclo básico e as do ciclo clínico e a excessiva autonomia do docente frente a sua disciplina. As formas de controle desta autonomia, através das ementas e programas aprovados pelos órgãos colegiados, raramente conseguem impedir que os docentes incorporem, a cada ano, mais conteúdo, de forma indisciplinada e relativamente anárquica. As avaliações, acompanhando estes problemas, são muito freqüentes, geralmente restritas à esfera cognitiva, coordenadas apenas pelo docente que as faz segundo seu critério de importância, muitas vezes exigindo esforço descabido por parte do aluno e resultando na prática de estratégias pedagógicas "terroristas".
Desde a década de 50 currículos alternativos têm sido propostos para controlar estes males, geralmente com pouco sucesso e vida mais ou menos efêmera. Há, hoje, um consenso entre os educadores que o aprendizado deveria ser mais centrado no aluno, que deveria dispor de mais carga horária para atividades de pesquisa e de estudo.
A partir da década de 70 uma melhoria do conhecimanto da psicologia do aprendizado do adulto tem surgido, mostrando a importância de sua participação ativa na incorporação do conhecimento, a importância de sua experiência prévia e do uso desta experiência como elemento motivador para o aprendizado. Parte destes conhecimentos foram desenvolvidos a partir dos estudos de Paulo Freire, parte das teorias de Jean Piaget e sua epistemologia genética e ainda outra parte nos estudos de psicopedagogos que tem trabalhado junto às escolas médicas citadas. A fisiologia da memória e seu desenvolvimanto recente favoreceu também a compreensão da importância da experiência prévia na aquisição de novos conhecimentos.
O PBL se desenvolveu dentro deste contexto e tem acompanhado suas mudanças. O elemento central no aprendizado é o aluno. Ele é exposto a situações motivadoras nos grupos tutoriais, onde, através dos problemas, é levado a definir objetivos de aprendizado cognitivo sobre os temas do currículo. Estágios e atividades laboratoriais completam sua formação antes do internato médico, que é semelhante aos das escolas que adotam o método tradicional.
Um dos fundamentos principais do método é que devemos ensinar o aluno a aprender, permitindo que ele busque o conhecimento nos inúmeros meios de difusão do conhecimento hoje disponíveis e que aprenda a utilizar e a pesquisar estes meios. A diversidade, ao contrário da unicidade do conhecimento do professor, é o objetivo. Esta postura faz sentido no mundo atual, pois, raramente, os assuntos aprendidos nos primeiros anos permanecerão intocados quando o aluno estiver se formando. Só a postura de estudo e aprimoramento permanente torna possível a sobrevivência profissional em um mundo de economia e conhecimentos globalizados. A agilidade é outro elemento que o aluno precisa aprender ainda na escola médica, assim como a criatividade de explorar novos métodos de organização profissional.
A avaliação dos alunos formados em escolas que adotam o método tem podido demosntrar que eles são mais independentes, retém por mais tempo os conhecimentos adquiridos e desenvolvem uma postura inquisitiva e de estudo permanente.

O que o método requer:
O método PBL não é, entretanto, uma panacéia. Ele requer organização e dedicação do corpo docente, aperfeiçoamento constante, supervisão criativa. Sua implantação em escolas que utilizam o método tradicional tem sido muitas vezes dificultada por incompreensões e apreensões injustificadas. Muitos docentes se sentem ameaçados ao não visualizarem o perfil clássico de suas disciplinas no desenho curricular, ao ouvirem falar que tutores não precisam ser especialistas e que basta um número relativamente pequeno de docentes treinados para aplicar o "PBL". Lembramos que muitas funções do currículo tradicional permanecem no PBL, tais como o internato, estágios intra e extrahospitalares, atividades práticas e que todos os docentes de todas as especialidades são necessários para o bom desenvolvimento desta modalidade de currículo.

Algumas vantagens do método:
Para os docentes, este método traz algumas vantagens. Embora exija dedicação e esforço para sua montagem e supervisão, na somatória, acaba liberando tempo para as atividades de investigação e laboratório, tantas vezes tornadas impossíveis pela rotina das atividades disciplinares. Para os alunos, até onde se pode constatar, traz a vantagem de um curso que eles apreciam com evidente satisfação psicológica de serem participantes ativos de seu processo de aprendizagem.

Fonte: Universidade Estadual de Londrina - PR

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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Médicos descobrem árvore crescendo em pulmão de paciente

Médicos descobrem árvore crescendo em pulmão de paciente
Russo reclamava de dor no peito e tosse; médicos suspeitaram de câncer.
Em cirurgia, foi encontrada planta de cerca de 5 cm em órgão de paciente.

Cirurgiões na Rússia acreditavam que iriam retirar um tumor do pulmão de um paciente de 28 anos. No entanto, eles encontraram uma planta - de cerca de 5 centímetros - crescendo no interior do órgão do paciente.
O incidente ocorreu na região dos Urais, segundo o diário "Komsomolskaya Pravda". Artyom Sidorkin reclamava de dor no peito e relatava aos médicos que tossia sangue.
"Quando me disseram que haviam encontrado uma árvore no meu pulmão, pisquei e acreditei que estava delirando", conta Sidorkin.
Os médicos acreditam que Sidorkin tenha inalado uma semente de um abeto - uma árvore conífera comum na América do Norte, Ásia e Europa -, que depois começou a brotar em seu pulmão.

Fonte: g1

Para uma semente germinar é necessário água,oxigênio,calor e, para algumas espécies, luz.

[H]ouse adoraria um caso destes!

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Paródia de Grey's Anatomy,[H]ouse e ER

Para todos que gostam das sérias médicas Gre's Anatomy,[H]ouse e ER,esta é uma paródia a estas 3 séries.
Enjoy

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sábado, 11 de abril de 2009

Teste a paciência do seu médico!

1.. Comece a consulta reclamando da demora, mesmo que tenha sido atendido rapidamente. Depois, diga ao médico que ele é o terceiro que você procura pelo mesmo motivo, e que você só quer mais uma opinião, pois não confia muito em médico. Diga também aquela frase clássica: 'Cada médico fala uma coisa!';

2.. Nunca responda diretamente às perguntas. Caso ele pergunte se você teve febre, diga que teve tosse. Conte tudo detalhadamente, começando, se possível, desde quando você ainda era criança...

3.. Leve sempre 3 crianças com você (nem precisa ser seus filhos):especialmente aquelas que mexem em tudo, sobem nos móveis e ficam fazendo perguntas no meio da consulta. Combine, previamente, com uma delas, para quebrar o termômetro do médico;

4.. Peça receita de um medicamento controlado. Diga que não é para você, mas para uma vizinha muito amiga sua. Não esqueça de dizer que ela toma esses remédios há anos e que não fica sem eles, e que você quer retribuir um favor dela;

5.. Quando o médico perguntar que remédio você está tomando, diga que não se lembra do nome, mas 'que é um comprimido branco' e que você está pensando em parar porque não está funcionando e está 'atacando' o estômago como, aliás, todos os comprimidos que você toma. Aproveite para pedir uma injeção;

6.. Quando o médico estiver se despedindo de você, na sala de espera,diga bem alto, para os outros ouvirem também: 'Vamos ver se agora o senhor acerta!';

7.. No retorno da consulta, inicie com: 'Estou pior que antes'.Aproveite para incluir, no relato, novas queixas. Diga que você passou por um farmacêutico, muito antigo e muito conceituado no bairro que a sua tia mora, e ele resolveu trocar os remédios;

8.. Insista para que o médico tente descobrir a causa daquela cólica que você teve há seis meses, e que desapareceu misteriosamente.Insista em contar os sintomas com riqueza de detalhes;

9.. Traga os exames solicitados por médicos de outras especialidades.Se ele for clínico geral, consiga um eletroencefalograma para ele dar laudo. Pergunte se ele faria o favor de ver a mamografia da sua vizinha (outra);

10.. Descubra onde seu médico dá plantão à noite, e só passe a procurá-lo lá. Dê preferência a hospitais públicos, onde ele não ganha por ficha de paciente;

11.. No final da consulta, pergunte se ele não faria o favor de dar um testado, pois você não 'teve condições de trabalhar hoje', ou, então,diga que você tinha que resolver uns probleminhas e não deu para ir trabalhar;

12.. Finalmente, complete a irritação dele, mandando- lhe este e-mail,e a seus colegas!

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terça-feira, 7 de abril de 2009

Dia Mundial da Saúde

Hoje Dia 7 de Abril é o Dia Mundial da Saúde.
E é comemorado neste dia para comemorar a fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Este ano o tema é "Salvar vidas - Hospitais seguros em situações de emergência”.



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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Dia Mundial da Atividade Física

Hoje dia 6 de Abril é o Dia Mundial da Atividade Física.


Sabe-se que o sedentarismo é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis. Pensando nisso, a Organização Mundial de Saúde instituiu esta data para a prevenção do sedentarismo, com incentivos à prática de atividades físicas em locais públicos.
De acordo com a OMS, 30 minutos de atividades físicas, 5 dias por semana são suficientes para prevenir diversas doenças.

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domingo, 5 de abril de 2009

Médico por Vocação

Enquanto a Medicina está cada vez mais banalizada, são exemplos como este que me fazem ter certeza da profissão que eu escolhi e de como eu devo conduzi-la. As dificuldades são muitas, falta de estrutura, politicagem, má remuneração, mas ,deve-se buscar a satisfação pessoal antes de qualquer outra coisa.

20090330151613_3027_large Foto:Manoel Marques

O médico da pobreza

Aziz Miguel Filho é um médico que paga para trabalhar. Para cuidar da saúde dos 1.800 moradores de Barra do Ribeira, em São Paulo, ele gasta R$ 2 mil por mês com aluguel, gasolina e remédios para seus pacientes.
Ricardo Kotscho


Passa um pouco das duas horas da tarde nesta primeira terça-feira de Março, um dos dias mais quentes do ano, quando finalmente encontramos nosso personagem chegando a Barra do Ribeira. Estamos numa das portas de entrada da Estação Ecológica Juréia-Itatins, a maior reserva de Mata Atlântica do Brasil, com quase 80 mil hectares, um santuário da vida marinha declarado Sítio do Patrimônio Mundial Natural pela Unesco, que se espalha por cinco municípios do litoral sul paulista. Barra do Ribeira é um bucólico distrito de Iguape, município de 30 mil habitantes e 1.980 quilômetros quadrados, o maior do Estado em área.
O combinado era meio-dia, mas como aqui não pega celular, não dava para falar com ele e saber o que estava acontecendo.

O popular Doutor Aziz, como todos o conhecem por aqui, já desce do carro fazendo festa para todo mundo que encontra pela frente, perguntando pelos doentes da família. Até os cachorros chegam correndo ao avistar esta improvável figura de médico, sem nenhuma preocupação com o figurino, com suas roupas e modos de eterno estudante.

Como faz todas as semanas, o cirurgião-geral Aziz Miguel Filho, paulistano de 55 anos, deu plantão no Hospital Municipal do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, das sete da manhã de sábado às sete da manhã de domingo, e voltou às sete da noite para outro plantão, que terminou às sete da noite de segunda. Mas, ao contrário do que costuma fazer, desta vez ele teve o bom senso de só partir no dia seguinte para Barra do Ribeira, e acabou se atrasando na viagem.

Quando pergunta "como vai, tudo bem?" a um dos 1.800 moradores deste bucólico lugarejo, onde o Rio Ribeira do Iguape, que vem do Paraná, deságua no mar, invariavelmente Doutor Aziz ouve alguma queixa como resposta. Onde quer que esteja, almoçando no restaurante, no bar com amigos, caminhando pela calçada ou em sua modesta casa de um dormitório numa rua de terra alugada por R$ 400 mensais, ele não escapa de dar uma consulta. Ninguém pode ver o médico sem se queixar de algum achaque da saúde ou de problemas de saúde com alguém da família. É raro alguém lhe responder "tudo bem, doutor".

Antes mesmo de passar em sua casa, Doutor Aziz come rapidamente um petisco de isca de peixe e começa sua romaria ambulatorial visitando os pacientes. Esta é sua rotina em Barra do Iguape, faz dois anos e meio, agora sem nada receber. Desde o final do ano passado, quando foi demitido por divergências com o Departamento Municipal de Saúde, onde recebia um salário de R$ 4.800, ele paga para trabalhar.

Em Janeiro, o vereador Joaquim Antonio Coutinho Ribeiro encaminhou requerimento à prefeitura de Iguape, reivindicando o retorno de Aziz a Barra do Ribeira para atender a um pedido da população. Em resposta, o DMS afastou essa possibilidade e informou que está contratando um novo profissional. Alega que ele se afastou do posto de saúde por quase cem dias sem informar a equipe e seus superiores. Aziz garante que tinha direito a dois meses de férias e não retornou no prazo por precisar resolver problemas familiares em São Paulo, atribuindo seu afastamento a razões políticas. Desde então, Barra do Ribeira ficou por conta de um enfermeiro, um auxiliar e agentes comunitários de saúde, e ganhou uma pequena ambulância.

Mesmo sem contrato, porém, Aziz voltou a atender seus pacientes no começo do ano. Além do aluguel da casa, arca com as despesas de combustível e de farmácia porque, segundo ele, não adianta dar a receita porque a maioria dos doentes não tem condições de comprar os remédios e poucos estão disponíveis no posto de saúde. Nos casos mais graves, transforma seu Fox preto ano 2005 em ambulância e paga R$ 7,50 na balsa para ir a Iguape ou leva para São Paulo quem necessita de cirurgias. Gasta com seu trabalho voluntário em torno de R$ 2 mil por mês, mas ninguém espere ouvir tristezas da sua boca.

Pai solteiro de Thiago, 19 anos, que estuda filosofia na Unicamp, o médico mora quando está em São Paulo com uma tia, Vera, e o cachorro, Fome Zero, num apartamento em Perdizes, e se vira com o salário de R$ 6.500 que recebe da prefeitura de São Paulo para dar seus plantões na área de urgência e emergência do Hospital Municipal do Tatuapé. Ali também tem a função de preceptor, quer dizer, orienta, acompanha e passa sua experiência aos jovens médicos residentes, trabalho que o deixa muito feliz.

"Acho que já nasci médico"

Foi lá que o conheci na sala dos médicos durante o plantão do sábado de carnaval. Entre uma emergência e outra, foram mais de duas horas de entrevista na qual Aziz Miguel Filho me contou como virou um médico apaixonado pela sua profissão. Na verdade, desde pequeno ele sempre quis ser médico, nunca pensou em ser outra coisa na vida.

"Eu não tinha nenhum parente médico. Sou o primeiro com curso universitário em toda família, acho que nasci médico. Desde que meu pai morreu, eu já falava que ia ser médico. A família achava que eu era louco. Como poderia estudar medicina naquelas condições, sem ter grana?... Só minha mãe sempre me apoiou."

Descendente de imigrantes sírios e libaneses, Aziz perdeu o pai, dono de uma pedreira na Freguesia do Ó, quando tinha apenas 4 anos. Aziz pai tinha 27 anos. Morreu num acidente ao volante do seu caminhão na via Anhanguera, entre Araras e Leme, no interior paulista. Ficaram somente ele e a mãe, Walkiria Guilhermina da Silva Miguel, "o maior amor da minha vida", que morreu recentemente.

Walkiria teve de procurar emprego. Arrumou logo dois: foi trabalhar como auxiliar de dentista durante o dia e, à noite, era vendedora no Mappin, a grande loja de São Paulo na época. Mudaram-se para a casa dos avós maternos, Maurílio e Clarice, em Perdizes, onde Aziz foi matriculado na escola pública. Com 15 anos, ele teria sua primeira experiência como "médico". O primeiro "paciente" de quem cuidou foi exatamente o avô Maurílio, dono de uma auto-escola, quando ele foi internado com diagnóstico de câncer no Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho, da Santa Casa.

"Menores não podiam ficar no hospital. Mas eu entrava de madrugada e ficava na janela da enfermaria olhando o trabalho dos médicos e das enfermeiras, fazendo perguntas pra eles. Quando meu avô teve alta, eu que fui cuidar dele em casa, trocava a sonda do esôfago..."

Nessa época, Aziz parou de estudar e foi trabalhar como empacotador no supermercado Peg-Pag, na Rua Cardoso de Almeida, perto de sua casa. Só recebia o dinheiro das gorjetas. O primeiro "salário de menor", ele foi ganhar trabalhando como office-boy de uma agência de turismo. E não parou mais. Passou a estudar à noite quando arrumou um emprego de auxiliar administrativo externo na Codema, uma revendedora da Scania. Fez três anos seguidos de cursinho no Pré-Médico do Objetivo, mas não havia jeito de ser aprovado no curso que mais queria. Entrou em biomédicas, odontologia, educação física e até em sociologia e política, tudo menos medicina.

"Comecei a achar que eu era burro. Rodei o Brasil prestando vestibular em tudo quanto é lugar, fui parar até em João Pessoa...", lembra ele, dando risada. Só depois de muita insistência, em Dezembro de 1978, Aziz seria aprovado no vestibular da Faculdade de Medicina de Vassouras, no Estado do Rio, onde se formou.

Como a faculdade era particular, vendeu o carro que tinha comprado, um Fuscão 1500, para custear o primeiro ano de estudos. No segundo, ganhou um crédito educativo da Caixa Econômica Federal, que só começou a pagar dois anos depois de formado, e foi dar aulas de ciências à noite num colégio público, em troca apenas de um certificado de estágio, sem ganhar nada. "Acho que sou um turco do avesso... Não sei ganhar dinheiro...".

Até se formar, sua sobrevivência foi garantida pela mãe. Em troca, nunca repetiu de ano. Estudava até no período em que outros alunos saíam de férias. Trabalhar de graça não é novidade na sua vida. Nos finais de semana, começou a prestar atendimento médico numa casa de crianças carentes num subúrbio carioca e, mais tarde, foi dar plantão aos sábados no Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes. "Sempre gostei de ajudar os outros", constata assim meio de passagem na conversa. Em 1982, recebeu seu diploma de médico.

Ainda na residência médica do hospital da faculdade, optou por clínica geral. Mas se desiludiu logo ao não perceber resultados no seu trabalho. Seus pacientes mais pobres não tomavam os remédios que ele receitava, não tinham como seguir as dietas e os cuidados prescritos. Voltavam sempre com os mesmos problemas. Por isso, ele resolveu ser cirurgião.

E foi parar logo no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, o maior hospital de emergência do País. Não desanimou ao saber que só havia quatro vagas para 92 candidatos. Aprovado, lá ele conheceria um médico, Augusto Paulino Neto, que seria fundamental na sua formação profissional e, principalmente, na maneira de tratar os doentes. Acabava ficando amigo deles. Como aconteceu com Pedro, um menino de 12 anos, que sofreu um profundo corte no abdômen ao se acidentar numa serra de carne do supermercado onde trabalhava, primeiro caso que o deixou feliz ao ver o resultado.

O patrão do menino, ao ver a dedicação do médico até curar o paciente, colocou um cheque no bolso do seu jaleco que correspondia a umas 20 vezes o salário de residente. Aziz recusou a oferta, dizendo que fez apenas a sua obrigação, e recomendou que o empresário doasse o dinheiro ao hospital, que estava precisando de tudo, de travesseiros a medidores de pressão.

Em 1983, ainda no Rio, quando trabalhava na cirurgia pediátrica do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, apresentou-se como voluntário para prestar assistência aos feridos na guerra do Líbano, mas não foi aceito. Ganhou apenas uma carta de agradecimento do Consulado do Líbano. Tempos depois, foi convidado para ser o médico da seleção de futebol sub-20 do Catar, que veio treinar no Rio. Em dois meses, juntou mais dinheiro do que em quatro anos trabalhando como médico.

"Em vez de comprar um carro ou uma moto, resolvi conhecer outros países. Falei para a minha mãe: vou para a Inglaterra, vou aprender inglês, ver como eles trabalham lá. Em três dias, já estava em Londres."

Levando no bolso uma carta de apresentação do seu mestre, o doutor Augusto, arrumou um estágio no Saint Stevens Hospital para conhecer técnicas cirúrgicas e a organização dos serviços de saúde. "A estrutura dos ingleses é fantástica. Mas, como cirurgiões, os nossos dão de 10 a 0 neles...". Passou um ano na Europa e conheceu 18 países. Na volta ao Brasil, iniciou sua carreira de médico da prefeitura de São Paulo. Foi na administração de Jânio Quadros, o prefeito que construiu vários pronto-socorros na periferia e precisava de médicos para cuidar deles. Não podia ver ninguém de branco andando na rua que já ia logo contratando, lembra Aziz, divertindo-se com sua própria história. Começou pelo PS de Itaquera, na periferia da zona leste e, sempre irrequieto, disposto a enfrentar novos desafios, rodou por vários hospitais da cidade.

Sem nunca deixar de fazer cirurgias, ocupou também vários postos de chefia e direção, foi assessor de planejamento da Secretaria da Saúde na administração de Luiza Erundina, coordenador de urgência e emergência da Grande São Paulo na Secretaria de Saúde do Estado, no governo Mário Covas, depois trabalhou em São Vicente, na Praia Grande, em Ferraz de Vasconcelos e deu aulas na Faculdade de Medicina de Santo Amaro.

Nestas suas andanças, Aziz só iria conhecer a Juréia em 2001, levado por uma prima advogada, Janeth Abduch, e de cara se apaixonou pelo lugar. Ficou sabendo que havia uma vaga de médico na prefeitura, prestou o concurso e foi aprovado. Mas não durou muito esta sua primeira passagem por Iguape. Inconformado com a total falta de recursos, ele resolveu pedir ajuda à Secretaria de Saúde do Estado, mas pegou mal.

"A secretária de Saúde de Iguape era uma enfermeira, que ficava perguntando: o que uma pessoa com esse currículo vem fazer aqui? Este cara vai querer pegar meu lugar... Não podia dar certo...". Aziz só voltaria para a cidade em 2006, quando já havia outra administração, e está lá até hoje, embora sem consultório, cargo nem emprego. Virou médico ambulante.

Pacientes nas casas e nas ruas

Vamos agora conhecer de perto o trabalho do Doutor Aziz e saber como vivem seus pacientes. Entramos primeiro numa edícula onde mora o metalúrgico e artesão Antonio Lira, de 56 anos, nascido em Santos, aposentado por invalidez, com um salário mínimo, portador de hanseníase. Com a mulher e seis netos, ele vive nos fundos de um corredor escuro. A casa só tem dois cômodos: sala/cozinha e um quarto de dormir, com um beliche e uma cama de casal. O banheiro fica do lado de fora.

Antonio trabalhava nos altos fornos da Cosipa, em Cubatão, quando aconteceu "o acidente", como ele diz, faz 25 anos. Levou dez anos para conseguir a aposentadoria e teve de amputar o pé direito. Até hoje sofre as sequelas da hanseníase, obrigado a fazer curativos todos os dias. "Eu me tratava com ele, sinto falta quando não está aqui", conta o aposentado, apontando para o médico. Autorizado pela direção do Hospital Municipal do Tatuapé, era de lá que Aziz trazia o rayon, uma gaze especial para fazer os curativos em Antonio.

O tratamento prescrito pelo médico previa alimentação especial, à base de proteínas, e muito repouso para fazer os enxertos de pele necessários. Como? Metade do seu salário Antonio gasta com o aluguel da edícula. Ele criou seis dos dez filhos do primeiro casamento de Lenil da Silva Pinto, de 64 anos, com quem vive há 22 anos. Destes seis, dois se separaram e deixaram com o casal seis netos para criar. Lenil ganha meio salário mínimo de pensão e Antonio completa a renda vendendo objetos de artesanato feitos com palitos de sorvete, caminhando de muletas pelas ruas. A família não recebe cesta básica nem bolsa-família.

Lenil chora ao me contar sua história, mas Antonio de nada se queixa. "Eu agradeço sempre a Deus porque conheci nos hospitais pessoas que estão numa situação mais difícil do que a minha." Custo a acreditar que seja possível. Aziz examina Roger, o neto de oito anos, que está largado no sofá, com febre há vários dias. Diagnostica amidalite e dá a receita para Antonio buscar o remédio no posto de saúde. Por sorte, o fotógrafo Manoel Marques o levou até lá de carro. No posto, informaram-lhe que não dispunham daquele remédio. Por insistência do fotógrafo, misteriosamente acabou aparecendo.

Catarinense de São Francisco do Sul, Lenil conheceu Antonio em Santos, depois de criar coragem para se separar do pescador Alfredo, um homem muito boêmio que batia nela, quando a filha menor completou sete anos. "Deixei tudo para trás e fui trabalhar como camareira em Santos. Eu sou espírita e o Antonio veio para a minha mão quando fui benzer o pé dele. Até hoje nós vivemos e sofremos juntos. Quando tem, a gente come. Quando não tem, espera por Deus outro dia, e vai levando a vida."

Mas Lenil não espera que as coisas caiam do céu. Já tomou a decisão de que nos próximos dias a família vai invadir uma casa abandonada faz 30 anos no Balneário Bahamas, em Barra do Ribeira. Até já pegou um empréstimo consignado no valor de R$ 2.900 para fazer uma reforma na casa, que tem três quartos e espaço para os netos brincarem. "Nem sei como vou pagar o empréstimo, mas não tinha outro jeito. Aqui as crianças dormem no chão, não tem lugar para brincar, preciso tirar elas daqui. Somos muito humilhados pelos vizinhos."

A mudança já estava toda embrulhada em sacos de lixo. O grande sonho de consumo da família agora é ganhar uma canoa com motor para os filhos, que são pescadores. Lenil não pensou em pedir ajuda para político nem para padre, mas para o apresentador Gugu. "Já escrevi duas cartas para ele. Até hoje não tive resposta." Quem sabe, se Gugu ler esta reportagem, dona Lenil não tenha seu pedido atendido...

Diagnóstico comum: pobreza

Quatro da tarde, um sol quente de assar peixe na calçada. Nossa romaria pelo Brasil real estava só começando. É sempre assim. Aziz costuma ficar mais tempo ouvindo as histórias dos seus pacientes do que recomendando exames e remédios. O diagnóstico comum a todos é um só: pobreza. Com as duas pernas amputadas até a virilha, sentada no sofá, Avelina de Aguiar Marques, de 83 anos, abre um enorme sorriso ao ver que o doutor Aziz está entrando na sala da sua casa.

"Meu coração, vem cá!", ordena dona Avelina, e tasca um beijo no médico, abraça-o com força. "Se não fosse ele, mamãe não estava aqui viva", atesta Marta Marques Freitas, de 53 anos, três filhos, de pé ao lado do sofá, como passa a maior parte do dia. Quando a temperatura baixa um pouco, no final da tarde, Avelina é colocada na cadeira de rodas e vai para a calçada ver o movimento, que é pouco por aqui, raros carros, um ou outro vizinho que vem prosear.

Ela sofria de trombose, tinha feridas nos pés, sentia dores insuportáveis nas pernas, que chegaram a ficar pretas. Depois de percorrer vários hospitais da região, Avelina conseguiu fazer a cirurgia em Pariqueraçu, a 80 quilômetros de Iguape, graças à ajuda do Doutor Aziz, faz seis meses. "Agora eu estou muito feliz, o senhor nem imagina... Se não fosse esse meu coração querido...", derrete-se ela, pegando na mão do médico.

"Posso comer mingau de trigo, doutor?", pergunta antes do médico se despedir. "Pode, sim. Pode comer também bastante uva, ameixa, mamão, banana...", recomenda Aziz, mesmo sabendo que esses produtos são difíceis de encontrar nos mercadinhos. Frutas e verduras são artigos de luxo em Barra do Ribeira. Aqui as pessoas se alimentam basicamente de arroz, feijão e farinha - e peixe, claro, mas só quando o tempo ajuda, o que não é o caso destes primeiros dias de março, com muita chuva, que deixaram barrentas as águas do mar.

"Como está, doutor?", pergunta uma jovem de 18 anos, mãe de três filhos, ao avistar o médico no carro. "Na paz. E você?". Ela se queixa de cólicas e a consulta é feita no meio da rua mesmo. "Compra Buscopan e Diclofenaco. Toma os dois juntos." Um vira-lata vem correndo, pula na porta e fica latindo até conseguir entrar. "É o Tor", apresenta Aziz para o assustado fotógrafo sentado no banco de trás. "Vira-lata e bêbado me seguem o dia inteiro aqui...". Além de médico ele aqui também é veterinário. Já recolheu garça ferida na beira da estrada e uma gaivota untada de petróleo na praia para tratar em sua casa, um refúgio de vira-latas.

Em seguida, ele nos apresenta sua "ajudante de palco": Naiara Carvalho Lopes, 25 anos, estudante de pedagogia, que trabalhou por um ano no posto de saúde, organizando as fichas dos pacientes, marcando consultas, montando um banco de dados. Fim de tarde, os pescadores continuam conversando, como já fizeram o dia inteiro, na beira do Rio Suamirim, nestes tempos em que o mar não está para peixe.

"Tá feia a coisa... O mar tá grande... A água barrenta espanta o peixe... É a lua de quarta...", explica-me um deles, sem ânimo nem para tomar uma cerveja. Aziz pergunta de um e de outro e, a caminho de sua casa, explica sua escolha por trabalhar neste encantador fim de mundo cercado de água e mata. "Eu moro aqui porque me sinto útil. Esta população aqui sempre foi muito carente, sem assistência. E em que outro lugar do planeta eu vou encontrar tanta vida como aqui, do ser humano, da planta, do céu, da água, dos animais? Não estou só dando, não, eu também sugo esta vida." Belo e estranho lugar este, onde a natureza ainda é preservada e sobrevive com mais saúde do que os homens.

A viúva Ester Leite Lemos Tosi, de 71 anos, vem falar com Aziz, mas não é para fazer consulta nem pedir nada. Ao contrário, como viu o médico saindo da casa de dona Avelina, queria saber se está tudo bem com ela e se pode ajudar em alguma coisa. Dona de uma loja de roupas e artesanato em frente à casa de Avelina, ela não se conforma com a demissão de Aziz. "Se eu puder ajudar, o senhor me fala. Vou bater lata na porta da prefeitura. Eu estou viva por causa dessas mãos!", me diz ela, apertando forte as mãos do médico pela janela do carro.

"Já ficou bom da perna?", pergunta o médico para um velho na varanda. "Melhorou?", quer saber de Carlos Alberto Ribeiro Silva, de 37 anos, que sofre de epilepsia desde os quatro. Em frente ao Supermercado e Padaria Suamirim, um homem vem se queixar de câimbras na sola do pé e a mulher dele de sangramento pelo seio. Crianças vêm correndo e param o carro só para dar um beijo nele. Agora entendo por que doutor Aziz é feliz aqui, mesmo sem salário.

Dia seguinte, oito da manhã, no bar do Nélio. Depois de nos encontrarmos para um rápido lanche de pão com ovo e tomar café, pegamos o barco a motor do Zezinho para subir o Rio Suamirim até o vilarejo da Costeira. Moram ali, em casas espalhadas entre a vegetação nativa da Mata Atlântica, umas 50 famílias. Ao subir o barranco de areia, fico sabendo por uma placa enferrujada que estamos na Fazenda Jussara, uma imensa área abandonada onde se colhiam palmitos.

Até onde a vista alcança, não se vê viva alma. Fica difícil imaginar que no meio do nada vamos encontrar uma escola que mantém um consultório médico nos fundos, o objetivo da nossa vinda. Mas, ao final de uma trilha no meio da mata, um calor de derreter mamona, lá estava ela, bonita e colorida, muito bem cuidada e equipada, a EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) do bairro Costeira da Barra. Os dois barqueiros que trouxeram a professora descansam no consultório, sem pacientes desde que o doutor Aziz foi embora para São Paulo no final do ano passado. Antes, ele chegava a atender até 20 pessoas por dia.

A professora substituta Valéria Ribeiro Borges, de 33 anos, brinca com seus oito alunos de várias séries na hora do recreio. Na sala de aula, bem fornida com material didático, televisão, aparelho de som e uma pequena biblioteca, o médico já deu muitas palestras falando de higiene e cuidados com a saúde, fazendo a medicina preventiva em que ele acredita.

Os alunos, de 7 a 10 anos, entram às sete da manhã e saem ao meio-dia, depois de almoçar. A cada dia vem a mãe de um aluno preparar a comida, permitindo que a professora fique o tempo todo em sala de aula. A prefeitura fornece os alimentos. Valéria conta para Aziz, com orgulho, o que aconteceu no final da temporada, quando a polícia já havia ido embora de Barra do Iguape.

"Um turista bêbado atravessava correndo com o carro na avenida principal, ia e voltava, ameaçando atropelar todo mundo. Um grupo de jovens se reuniu na praça e resolveu ir atrás dele de moto. Encurralaram o homem, precisava ver, e falaram que se não fosse embora iam jogar o carro dele na água. O cara fugiu na hora..." São muito raros estes casos, digamos, "policiais", nesta região que só vê violência nos finais de tarde naqueles programas populares de sirene e sangue.

Próximo destino: Pontão da Juréia. Para chegar lá, deixamos o barco e fomos de carro pela praia, tomando cuidado com o horário da maré. Era preciso voltar antes das duas da tarde. O caminho é uma gincana entre troncos, galhos, arbustos e pedras deixados pelas chuvas. Vamos até a casa de dona Odete, uma paciente de Aziz que sofre há tempos com uma hérnia inguinal. A referência para chegar à casa é uma cruz fincada na areia. Odete mora ao lado de um cemitério plantado à beira mar que fica debaixo d´água quando a maré sobe muito.

"Dona Odete! Dona Odete!", vai gritando o médico enquanto avança pelo terreno e entra na casa. Ninguém responde. Ela deve ter ido à cidade para fazer compras, conclui Aziz. Mas foi como? Nós estamos a oito quilômetros de Barra do Ribeira e aqui não tem ônibus, táxi, moto, nada destas coisas. Desistimos de esperar e, quando já estávamos voltando, saindo da areia para chegar ao centro da vila, demos de cara com uma senhora de cabelos grisalhos, carregando um fardo no ombro, que ficou feliz ao reencontrar o médico. "Ai, meu Deus, Doutor Aziz!...".

Era a própria Odete de Lima Florido, uma senhora distintamente vestida, de blusa branca e saia estampada, vaidosa de anéis e colares, carregando três sacolas com uns dez quilos de mantimentos. "Não falo a idade para não perder os namorados...", brinca ela, sempre bem-humorada. Quando lhe pergunto quantas horas leva para ir e voltar a pé da cidade, diz que não faz idéia, apesar de usar relógio. "Vou olhar a hora para quê? Que diferença faz a hora para mim?...".

Lá onde o relógio é só enfeite

Na verdade, o relógio é só enfeite. Odete não sabe ler nem escrever e também não diz a idade porque não tem certeza. "Acho que uns 62, 63, não sei...". Mais tarde, o pescador Antonio Carlos da Costa, seu filho de 52 anos, me conta que ela tem 78, mas não existe na casa nenhum documento para provar. Sem mostrar cansaço, dona Odete brinca com seus cachorros e gatos, puxa uma cadeira e começa a lembrar um pouco da sua história.
Conta que só tem dois filhos vivos, "esse malcriado aí e um outro que mora em Iguape", nasceu por ali mesmo num sítio ao pé da serra e mora há muitos anos nesta propriedade de um certo Benevides Apolinário, conhecido por "Marinheiro", que não deixou herdeiros. Quando ele ficou doente, Odete dava comida e lavava a roupa para ele. Em troca, "Marinheiro" lhe deixou o terreno e a casa onde mora, e um dinheirinho no banco, que ela não sabe de quanto é. "Só sei que todo mês vou lá e o pessoal do banco me dá um dinheirinho que dá pra viver".

Odete é viúva, não tem documentos, não recebe pensão do marido que era pescador, não sabe o que é bolsa-família. A casa não tem luz, a água é puxada do poço num balde e ela também nunca ouviu falar no programa Luz para Todos, que está tirando milhões de brasileiros do escuro. Tão perto de São Paulo, a maior cidade do País, o povo aqui é tão pobre que não sabe nem pedir, não conhece seus direitos.

Doutor Aziz balança a cabeça ao ouvir a história de Odete, que conta tudo com um sorriso na boca, sem se queixar de nada. Promete tomar providências: vai levá-la para tirar documentos, fazer exames, marcar a cirurgia de hérnia num hospital. Antes de se despedir, porém, ainda tem de atender a outra consulta. Antonio Carlos, o filho, vem-lhe mostrar algumas radiografias do joelho, diz que não consegue mais trabalhar na pesca.

"Você tem que operar o menisco", diagnostica, sem muita dificuldade. Quem vai cuidar disso? O próprio médico, claro. "Acho que vou ter que me encostar, doutor, não dá mais pra trabalhar...", diz o pescador, referindo-se à aposentadoria por invalidez. Aziz leva de presente uma muda de pé de mamão e se dá por muito satisfeito. Em volta da casa, um jardim de flores bem cuidado convive com o lixo dos pacotes de leite longa vida, garrafas plásticas e sacos de compras, ao lado da criação de galinhas, patos e perus.

No meio do nosso almoço, uma bela moqueca de siri, no Bar do Duca, aparece a professora Valéria, aquela que encontramos há pouco na escola da Costeira. "Eu sei que não é a melhor hora, doutor, mas...", desculpa-se, já explicando logo o motivo da sua presença. As consultas costumam sempre começar assim, sabe o doutor Aziz. "Meu pequeno está com umas feridas na bunda, doutor, sente coceira, não consegue dormir. Já levei no posto, gastei R$ 34 em pomadas na farmácia, mas não melhora...". Aziz marca uma consulta para depois que o menino sair da escola. Valéria vai embora feliz e ele também. Vida que segue.
Fonte:Revista Brasileiros

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sábado, 4 de abril de 2009

Dia Nacional do Parkinsoniano

Hoje dia 4 de Abril é o Dia Nacional do Parkinsoniano.


A doença de Parkinson é uma perturbação degenerativa e lentamente progressiva do sistema nervoso que apresenta várias características particulares: tremor em repouso, lentidão na iniciação de movimentos e rigidez muscular.

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Comissão rejeita projeto sobre exame de proficiência dos médicos

Comissão rejeita projeto sobre exame de proficiência dos médicos

O PLS 102/2006, de autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que "altera as Leis nºs 3.268, de 1957, e 4.324, de 1964, para dispor sobre o exame de proficiência dos médicos e dos cirurgiões-dentistas" foi rejeitado pelo senador Papaléo Paes (PSDB/AP). Ele é relator do projeto dentro da Comissão de Educação.
De acordo com o documento, os argumentos utilizados para rejeitar a proposta foram os seguintes:
• após anos de estudo − no caso da medicina, seis anos só para a graduação −, que em geral acarretam sacrifícios e vultosos dispêndios feitos pelas famílias, os graduados poderão ser penalizados pela impossibilidade de exercerem a profissão, em muitos casos, não por responsabilidade deles e, sim, devido à deficiência do ensino que receberam; ressalte-se que, ao contrário dos bacharéis em direito, que têm uma ampla gama de possibilidades profissionais fora do exercício da advocacia, são poucas as áreas onde médicos e odontólogos podem utilizar seus conhecimentos e habilidades;
• a melhoria da qualidade da formação profissional é atribuição da área da Educação e qualquer medida avaliativa precisa ser implementada durante o próprio período de formação dos profissionais;
• dificilmente essa melhoria pode ser obtida por meio de uma imposição legal, ou seja, pela elaboração de um projeto de lei, pois ela depende de empenho e engajamento de todos os segmentos da sociedade brasileira;O projeto segue agora para apreciação da Comissão de Assuntos Sociais.
Fonte : Imprensa AMB

Concordo plenamente com os argumentos para a rejeição do projeto de lei.
A seleção dos médicos ruins ou bons deve ser feita na faculdade...

Ah e não é piada de 1º de Abril.

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