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terça-feira, 24 de março de 2009

Dia Mundial de Combate à Tuberculose

Hoje Dia 24 de Março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose.

A data de 24 de março foi designada, em 1982, como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose (TB). Iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Internacional Contra TB e Doenças Pulmonares (International Union Agaist TB and Lung Disease - IUATLD), a data foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, por Dr. Robert Koch.

Link da Campanha

Manifesto pelo Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose

Considerando o Dia Mundial de Luta de Luta contra a Tuberculose – 24 de março, nós da Sociedade Civil Organizada, representados pelos Fóruns Estadual das ONGs na Luta Contra a Tuberculose - RJ, Grupo de Apoio aos Pacientes e Ex-pacientes de Tuberculose - GAEXPA e Fórum Estadual das ONG/AIDS-RJ, vêm a público através desse manifesto, chamar a atenção da população e das autoridades para a importância desse momento.
É Antiga mais não é passado
A tuberculose (TB) é uma das enfermidades mais antigas do mundo. Mas não é uma doença do passado como muitos imaginam. Segundo estimativas da OMS, dois bilhões de pessoas, o que corresponde a um terço da população mundial, está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. Destes 8 milhões, desenvolverão a doença e 2 milhões morrerão a cada ano.
O Brasil ocupa o 16º entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo.
Estima-se uma prevalência de 50 milhões de infectados com cerca de 80.000 casos novos e uma alta taxa de 5.000 óbitos ocorrendo anualmente. A alta taxa de mortalidade por tuberculose uma doença que tem cura, esta associada ao diagnóstico tardio ou assistência de má qualidade no SUS.
O Rio de Janeiro se destaca no quadro nacional por apresentar, historicamente, uma das maiores incidências de tuberculose do país (90 / 100.000 habitantes), elevada coinfecção TB/HIV e uma estimativa de 700 óbitos a cada ano. Números inaceitáveis para uma doença que tem cura.
A situação é calamitosa em nosso estado/município, no que tange à questão dos TB-MRs, sobretudo, nos seguintes pontos: demora inadmissível dos resultados de testes de sensibilidade (muitos resultados chegam bem depois do término do tratamento); falta de apoiamento social adequado para estes pacientes, muitos deles em uso de esquemas falidos, mantendo, portanto, positividade do escarro e sem condições laborativas (seja por necessidade de biossegurança, seja por más condições clínicas).
A cada dia a tuberculose continua a avançar de forma devastadora principalmente nos segmentos mais vulneráveis da população, crescendo acentuadamente nas periferias, nos bolsões de pobreza, entre a população de rua, encarcerados e pessoas vivendo com o HIV/AIDS.
Essa situação deve-se a fatores como: a desestruturação dos serviços públicos de saúde, desigualdade social, concentração populacional, processo de urbanização desordenado, e as más condições de vida das camadas mais pobres da população.
Em virtude da falta de informação, muitas pessoas não reconhecem os sintomas da doença, não procuram o serviço de saúde para o diagnóstico, e por falta de acompanhamento adequado abandonam o tratamento precocemente, contribuindo para a disseminação da doença e para que ela se torne mais resistente aos medicamentos. Ou seja, a falta de informação sobre a doença e a dificuldade de acesso a serviços de saúde contribuem para que a doença se alastre e, em muitos casos, torne-se fatal.
Uma grande parte dos doentes não são diagnosticados, mantendo a cadeia de transmissão, e muitos casos somente são descobertos após a internação nos hospitais de emergência ou óbito.
Um dos problemas mais alarmantes relacionados à tuberculose é a co-infecção tuberculose-Aids, a tuberculose tem sido a primeira causa de óbitos em pessoas vivendo com HIV/Aids. Estima-se no Brasil que a cobertura de testagem para HIV em pessoas que desenvolvem TB é de aproximadamente 53%, com uma prevalência de positividade de 15% entre os testados e taxa de óbito pela co-infecção de 20%. Sendo vital o fortalecimento das ações de controle da co-infecção TB/HIV/AIDS.
O Estado brasileiro tem uma dívida a reparar com essas populações.
Sendo uma doença negligenciada, as ações governamentais no combate da tuberculose, estão muito aquém de uma resposta efetiva de controle, para isso é preciso facilitar o acesso ao SUS, oferecer um diagnóstico rápido e um tratamento de qualidade e humanizado para a população.
Nós, do movimento social de luta contra a Tuberculose e o HIV/Aids, acreditamos que só através da mobilização social, do compromisso político das autoridades, bem como, da melhoria das condições de vida da população junto à implementação de políticas públicas de moradia, trabalho e renda é que poderemos conter o avanço da doença.
A retomada da mobilização social na luta contra a tuberculose no Brasil, por meio da criação de Fóruns, Grupos de Pacientes e redes sociais de luta contra a tuberculose, é um marco histórico e um importante instrumento político para mudar o dramático cenário da doença e a negligência da saúde junto às populações mais vulneráveis.
Por isso torna-se fundamental o papel das organizações civis no enfrentamento do problema.
A atuação das ONGs e redes comunitárias/ou solidárias é muito importante no combate ao estigma e preconceito associadas á doença, no controle social e na defesa dos direitos dos pacientes. Atua também na informação, educação e comunicação e em ações complementares ao serviço, no apoio aos pacientes, familiares e comunidades, principalmente durante o tratamento.
Vigiar, denunciar e cobrar políticas públicas de promoção da saúde, prevenção e combate á tuberculose é fundamental.
Também se faz necessário um maior investimento em pesquisas para a produção de novas vacinas e medicamentos mais eficazes que causem menos efeitos colaterais e encurtem o longo período de tratamento de pelo menos 06 meses (principais causas de abandono do tratamento).
Por conta disso, vimos conclamar a população e cobrar dos gestores da saúde nos âmbitos, federal, estadual e municipais:
- Maior rigor, transparência e compromisso social na aplicação e uso dos recursos públicos da saúde e dos Programas de Controle da Tuberculose.
- Políticas de promoção à saúde integradas e políticas intersetoriais articuladas urbanas e sociais de prevenção, promoção e assistência;
- Descentralização das ações de controle com maior ênfase nas regiões metropolitanas e nos municípios de alta carga;
- Priorização, dentro do SUS, das ações voltadas à prevenção e assistência à Tuberculose e co-morbidades;
- Melhoria da vigilância epidemiológica através do aprimoramento do Sistema Nacional de Agravos de Notificação SINAN;
- Garantia de acesso ao diagnóstico precoce e a um tratamento de qualidade e humanizado;
- Investimentos concretos no incentivo à pesquisa e produção nacional de novos métodos de diagnóstico, fármacos e esquemas de tratamento encurtado;
- Revisão e atualização da formação médica (curricular), em Tuberculose como um importante agravo;
- Implementação e ampliação do tratamento supervisionado para Tuberculose, estratégia (DOTS), com ênfase na busca ativa de casos e incentivos de adesão ao tratamento para os pacientes como auxílio transporte e alimentação (Cestas Básicas);
- Intensificar o diagnóstico da co-infecção TB/HIV, com instauração precoce do tratamento e quimioprofilaxia.
- Maior rigor na vigilância e controle da infecção por TB/MDR e XDR;
- Fortalecimento do SUS, destacando-se a Política de Atenção Básica à Saúde, com ampliação da cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS);
- Fortalecimento, fomento e sustentabilidade da participação da Sociedade Civil Organizada na luta contra a tuberculose e o controle social das ações públicas nos níveis federal, estadual e municipal
- Promover campanhas de conscientização de massa sobre a importância da prevenção e do tratamento adequado da doença,
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose não é uma data para comemoração.
É sim uma ocasião de mobilização mundial, nacional, estadual e local buscando envolver todos as esferas de governo e setores da sociedade civil na luta contra esta enfermidade. É o marco fundamental de uma campanha que dura até o fim do ano corrente, fator fundamental para a intensificação das ações de controle da doença.
A mobilização que ocorre no Dia Mundial para o Controle da Tuberculose é apenas o ponto inicial de uma campanha que deve se seguir durante todo o ano, tanto no nível nacional como nos estaduais e municípios.
Nesse sentido considerando a gravidade da situação da tuberculose em nosso país, conclamamos a todos (as) que se mobilizem e participem dessa luta, fazendo um esforço coletivo para que a tuberculose seja definitivamente uma doença do passado.

Por um Brasil sem tuberculose, uma responsabilidade de todos.
Participe dessa luta!

Fórum Estadual das ONGs na Luta contra a Tuberculose – RJ
Av. Marechal Camara 350/807- Cep: 20020-080 - Rio de Janeiro - Brasil
Tel :55 (21) 2240.1352
Fax:55 (21) 2240.2082
E-mail:
forumongstbrj@yahoo.com.br



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